quinta-feira, 26 de abril de 2012

SEPARAÇÃO é uma merda...


A separação tem mesmo algo muito parecido com a merda. Afinal, ambas saem de você.
                Parece engraçado, mas não é. Porque se você for pensar, a merda sai de você porque ela é tudo aquilo que não tem utilidade e você não precisa mais. Separações também. Não no geral, claro. Mas separações em relacionamentos, por exemplo, também é deixar sair de ti aquilo que não te serve mais.
                Deixar a pessoa ir embora, às vezes pode ser um alívio, uma sensação de liberdade. Porém em alguns casos, deixar a pessoa ir, dói. Principalmente quando ainda há amor. O amor é bem isso mesmo, esperança de que pode ser maior do que qualquer coisa. Que vai superar os problemas, consertar os erros e ter um final feliz.
                Também há aquelas separações indesejadas, morte de quem a gente ama, por exemplo. Dizem que a maior dor física de uma mulher é o parto. E a maior dor física do homem é pedra nos rins. E a maior dor sentimental a dor de perder um filho, para ambos. DIZEM né.
                Mas falando em separação, é fácil ver que é uma merda. Basta pensar: imagine misturar 2 mil grãos de feijão branco + 2 mil grãos de feijão preto + 2 mil grãos de feijão marrom + 2 mil grãos de feijão vermelho. Misture tudo e depois SEPARE um por um. Difícil né?
                Pois é. É muito difícil. Vamos falar hoje de separação de um casal. E por ser esse assunto, talvez seja o texto mais sincero que eu já fiz.
                Teoricamente tudo que começa, tem fim. Tudo mesmo. O dinheiro, o conhecimento, a felicidade, a saúde, a vida, o mundo e todo o resto. Poeticamente a única coisa que não termina nunca (não vamos entrar no quesito de quanto dura o ‘nunca’) é o amor. É incrível uma coisa que nem tem uma definição que me convença ser eterno. Nem a esperança, que dizem ser a última que morre, é eterna. Afinal, mesmo sendo a última, ela morre um dia.
                E muitos relacionamentos terminam de uma mesma forma. O Homem chega e diz: O problema não é você, sou eu, ‘tu é perfeita!’. Será que o homem acha que vamos nos sentir melhor ouvindo isso? A expectativa dele deve ser que vamos pensar: ah! Que bom, sou perfeita, o problema é dele, to melhor agora!
                 CLARO QUE NÃO.. fica pior ainda, potencializa, multiplica por mil. A gente pensa na verdade: se eu sou perfeita porque tu ta me largando?
                    Das duas uma: Ou tu está mentindo sobre eu ser perfeita, ou tu é um perfeito e completo idiota! Talvez não seja nada disso, mas isso é a primeira coisa que nos passa na cabeça.
Outra coisa que não funciona é dizer: ‘tu é muito pra mim’ e essas coisas. Isso não existe. Alguém por acaso ganha 50 milhões na mega sena e diz: ‘isso é muito pra mim’?
                Nada é muito pra ti, isso é completamente mentira. Talvez tu que se sinta pouco pra outra pessoa, mas isso não quer dizer que tu não pode se tornar alguém melhor.
                 Ninguém é tão humilde que não aceite receber o melhor. Até para as pessoas que são humildes de verdade, que vivem sem nada, porque querem, nem eles negariam uma pessoa boa na vida deles. POR QUE achar que tu não merece alguém bom? Sinceramente, isso não existe.
                Acredito que você pense que não é bom o suficiente, que acha (ou tem certeza) de que não consegue suprir as necessidades do outro, se sinta cobrado demais, acredito e compreendo. A gente se sente assim com nossos pais, quando não correspondemos suas expectativas, é normal. Mas a gente ta aqui pra superar, pra SE superar.
                Não mereço, e mesmo assim tenho, então vou fazer por merecer. Isso nem sempre da certo com dinheiro. Porque dinheiro na mão de quem não merece é um estrago só. Pessoas, boas nas ‘mãos’ de pessoas ruins também, mas existe um ditado (ou sei lá o que) que diz que ninguém recebe mais do que merece. Se tu não é bom o bastante então talvez essa seja a chance de você ser! Ou então essa história toda de o problema ser o cara é mentira.
                Enfim, acho que me prolonguei e nem sei mais sobre o que era o tema. Ah, sim, separações.
                São mesmo muito ruins.
                Às vezes acho que a pior parte é a adaptação. É difícil criar intimidade com alguém. Mas se criar intimidade é 100, se adaptar a viver sem a intimidade é 1000. Ou seja, perceber que não temos mais aquela pessoa na nossa vida, compartilhando até mesmo os momentos mais particulares, isso sim é terrível.
                E pensar em quantas vezes você disse ‘eu te amo’. E em quantas vezes tu planejou a vida ao lado daquela pessoa, planejou casamento e até filhos. Aí tu se sente num abismo, como se tu não tivesse nenhum plano mais  pro futuro, nenhum sonho mais no presente, e nem mesmo o passado faz mais sentido.
          Como tu vai fazer agora, pra entender que a vida segue adiante assim? Assim mesmo, sem expectativas. Meu Deus como acordar todo dia e pensar que tu está sozinho.
            ‘Por que antes de eu viver esse relacionamento eu vivia sozinha, e agora me parece tão impossível?’ isso passa um milhão de vezes na cabeça.
               Há quem diga que isso é só apego, costume de estar perto. Que é como tapa na bunda de neném, dói no começo, mas com o tempo a gente acostuma. E até esquece.
                A gente passa por vários relacionamentos que achamos que não vamos superar nunca, e quando vê, já nem lembra mais. Só que mesmo sabendo, a gente sofre. Principalmente quando temos a certeza de que o que acabamos de viver foi muito maior do que todo o resto junto. E isso dói.
Dói ter que viver sem tudo aquilo que era a ‘melhor coisa da minha vida’.
              E é mais que sofrimento emocional. É uma dor física. Pensar que aquela pessoa que tu ama com todas as forças não faz mais parte da tua vida. Cada vez que isso passa na cabeça dói o corpo inteiro, vem um nó gigante na garganta, as lagrimas incontroláveis nos olhos e toda aquela necessidade de uma explicação. A única coisa que passa na cabeça quando sentimos essa dor é a pergunta: POR QUÊ?
                 Eu, particularmente, com as minhas crenças, penso: ‘Se antes de eu nascer eu escolhi viver isso, eu resolvi mudar de ideia agora’.
                  É um verdadeiro turbilhão de sentimentos. Não se sabe se é saudade, tristeza, solidão, carência, raiva, ódio, enfim, é um verdadeiro sentimento denominado ‘sei lá’.
                 E por mais que a gente queira um motivo, nunca há. A única coisa que eu acredito de verdade é que nem tudo que começa, termina.